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OZENIRA FÉLIX – O desconhecimento de um ex-deputado federal acerca da campanha de imunização em Cuiabá

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Li na manhã deste sábado (22) as declarações do ex-deputado federal Fábio Garcia sobre a campanha de vacinação em Cuiabá e fiquei estarrecida. Depois me veio um sentimento de profunda tristeza. Essa tristeza me acometeu ao pensar como as centenas de pessoas que estão trabalhando na campanha, o dia inteiro de segunda à sábado vão se sentir, ao tomar conhecimento dessas declarações absolutamente equivocadas do nobre ex-deputado. São pessoas que estão trabalhando arduamente para imunizar e salvar vidas e não merecem ser desqualificadas por um ato politiqueiro, de uma pessoa que não tem o menor conhecimento sobre o que fala.

O nobre ex-deputado, que provavelmente não esteve em nenhum polo de vacinação de Cuiabá, com certeza não tem ideia de como é realizada uma campanha de imunização. Sobretudo uma campanha como essa, onde milhares de pessoas estão extremamente ansiosas para serem imunizadas, mas as doses que chegam do Governo Federal para dar andamento à vacinação são escassas. O que o nobre ex-deputado também não sabe é que, além de todo o trabalho inerente à campanha, as equipes que atuam na imunização também precisam dar conta da ansiedade daqueles que querem se vacinar, mas que ainda não podem, já tendo acontecido inclusive casos de agressão e ameaça.

O nobre ex-deputado com certeza viu apenas algumas matérias que foram divulgadas na imprensa sobre acontecimentos pontuais de aglomeração na campanha de vacinação em Cuiabá. São mais de 120 dias de campanha, desde o início, e não tivemos mais do que 5 dias com problemas de aglomeração. Isso é desorganização, nobre ex-deputado? Isso é vexame?

O nobre ex-deputado também não deve ter conhecimento da estrutura e organização dos polos de vacinação, que, com exceção dos drive thru, possuem cadeiras para quem está aguardando ser chamado para o registro e também no pós vacina, tem sistema de ventilação adequado, tem água mineral disponível para todos que estão nos locais, tem cadeiras de rodas para pessoas com problema de mobilidade… Tenho informações sobre muitas cidades em Mato Grosso que não têm nem metade desta organização, que deixam idosos em pé, no sol aguardando serem chamados para a vacinação. É Cuiabá que tem passado vexame, nobre ex-deputado? O senhor tem certeza?

O nobre ex-deputado com certeza não tem conhecimento do Plano Municipal de Imunização, apresentado pela coordenação da campanha ainda no mês de janeiro, onde já se previa a abertura de novos polos de vacinação à medida que a capital recebesse quantidades de doses suficientes para isso. De que adiantaria termos 5 polos de vacinação abertos desde o começo da campanha sendo que estávamos recebendo cerca de 8 mil doses? Em 2 dias acabaríamos com toda a vacina e nos outros dias os polos ficariam ociosos. A partir do momento em que passamos a receber maiores quantidades de doses, foi possível abrir novos polos.

Cuiabá foi ainda uma das últimas capitais a ficarem sem doses de Coronavac. A capital de Mato Grosso passou a não ter mais nesta semana, precisamente a partir do dia 17 de maio, enquanto muitas cidades, tanto do nosso estado, quanto de outros, já estavam há pelo menos mais de 15 dias sem as doses. O senhor sabe por que, nobre ex-deputado? Porque a coordenação da campanha de vacinação em Cuiabá, liderada pelo prefeito Emanuel Pinheiro e composta por profissionais do mais alto gabarito e com muitos anos de experiência em imunização guardaram as doses destinadas para aqueles que já haviam tomado a primeira dose.

Não estou aqui falando que a nossa campanha é perfeita, sabemos que temos falhas, assim como todos as têm. Com certeza todas as cidades têm encontrado problemas para a realização de uma campanha de imunização deste porte, mas todos estão fazendo o possível para superá-los. Cuiabá está realizando um belíssimo trabalho, já aplicamos mais de 182 mil doses de vacinas e vamos continuar a todo o vapor. Seu desconhecimento acerca da campanha de vacinação, nobre ex-deputado, não vai diminuir a excelência do trabalho realizado pelas equipes da imunização. Seguiremos firmes no nosso objetivo de imunizar a população, ainda que o senhor, nobre ex-deputado, ache que a campanha em Cuiabá não seja satisfatória. O seu total desconhecimento sobre o trabalho realizado nos polos de imunização não vai interferir em nada nos excelentes serviços prestados à população.

 

Ozenira Félix é Secretária Municipal de Saúde em Cuiabá

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MÁRCIO FRANCO DOS SANTOS – A importância do metaverso na educação

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Desde a popularização da Internet na década de 1990, o ciberespaço proporciona graus de transformação digital em diferentes segmentos da sociedade. Na área da educação, o fenômeno não aconteceu de forma diferente e presenciamos a adoção de ferramentas autoinstrucionais em Educação a Distância e Aprendizagem On-line, Ambientes Virtuais de Aprendizagem e, mais recentemente, impulsionados pela necessidade da pandemia, vimos as plataformas Zoom, Meet e Teams sempre presentes em nossas telas, proporcionando boas experiências de aprendizagem, em tempo real. Foram e são tecnologias capazes de ampliar o ensino e aprendizagem para “além dos muros” das escolas e universidades. E, a próxima fronteira tecnológica que a Educação está prestes a atravessar é o Metaverso. 

O termo METAVERSO traz uma combinação do prefixo “meta”, o mesmo que transcender, com a palavra “universo”. O objetivo dessa junção é descrever um ambiente sintético, hipotético, mas ligado ao mundo físico. A palavra apareceu pela primeira vez em 1992, numa ficção chamada Snow Crash, escrita por Neal Stephenson, que definia Metaverso como um ambiente virtual, massivamente paralelo ao mundo físico, no qual os usuários interagiam, por meio de avatares digitais, presentes em um espaço coletivo na virtualidade, numa espécie de mundo espelhado ao real. 

Em termos mais atuais, Metaverso é caracterizado pela transformação digital em diversos aspectos de nossas vidas físicas. Na sua ideia central está uma Internet imersiva, unificada e persistentemente compartilhada por todas as pessoas que, no caso da Educação, são as relações tidas entre professores-alunos, alunos-alunos e destes com as suas escolas ou universidades. 

A maioria das práticas de ensino dos educadores utiliza artefatos e didáticas que acionam as possibilidades do ser humano por meio dos sentidos humanos, que são os qualificadores da subjetividade, são eles: visão, audição, tato, paladar e olfato. Esses sentidos são os elos entre o corpo e o mundo, e reúnem todas as experiências percebidas do ambiente para tornar o indivíduo reativo aos fenômenos que o circunscreve, tais como: prazer e repugnância, beleza e feiura, numa espécie de teia de sensações presentes no cotidiano das organizações educacionais. 

Na presencialidade, física do mundo real, professores e alunos expressam essas reações em suas práticas sociais, a relação ensino-aprendizagem. Se essas práticas já estavam situadas nos estágios iniciais da Educação a Distância e foram aprimoradas com o passar dos anos, se elas foram responsáveis pela formação de competências digitais em professores e alunos, assim também ocorrerá com a incorporação das tecnologias demandadas pelo Metaverso. Com o barateamento da tecnologia e ampliação de sinais de internet para todos os cantos deste país, o Metaverso será capaz de reduzir distorções entre as regiões e ampliar o potencial da aprendizagem. Todas as potencialidades do Metaverso são muito viáveis e factíveis. Mas claro, há de se ter muito cuidado na capacitação de todos os envolvidos pela complexidade das novas tecnologias existentes.  

É muito importante que o Metaverso seja visto por essa lente de otimismo. Afinal, se a imersão tem sido capaz de avançar com diagnósticos de saúde, melhorar as relações humanas, por que não será capaz de revolucionar a Educação em nosso país? Esse caminho será possível se utilizarmos as ferramentas do próprio Metaverso para capacitar aqueles que cuidarão das capacitações seguintes. É preciso formar replicadores desse “novo mundo” e o caminho passa primeiro pela capacitação daqueles que mediam a relação de ensino e aprendizagem: os professores. Se conseguirmos reunir os educadores, profissionais de Tecnologia de Informação para a formatação do nosso Metaverso, atravessaremos essa fronteira com êxito e teremos resultados muito positivos no futuro da Educação brasileira, por meio do Metaverso. 

Márcio Cesar Franco Santos – Doutor e docente da Estácio 

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